sábado, 4 de outubro de 2014

Um pouco de história - A formação em Psicologia


Eu demorei um tempinho para dar aquela “desbundada” adolescente, ficar irresponsável e inconsequente. E nem nessas ocasiões a vida me deu cobertura. Lembro que logo após o ensino médio fui fazer cursinho no Objetivo da Paulista. Ah, a escadaria da Gazeta... Acho que nunca assisti todas as aulas de uma manhã. O recorde eram 3 (eram dadas 6 aulas). Eu chegava atrasada, saía mais cedo. Bebia cerveja com a galera antes de voltar pra casa. E um desses dias, eu altinha, pego o ônibus com aquele bafinho, e sento sem ver... Quando olhei pro lado, quem estava? Minha mãe. Fala sério, isso é muito azar. Ou seria se minha mãe fosse uma daquelas cabeçudas quadradas que nunca tivesse feito pior.
Nem preciso dizer que eu, que sempre tinha sido uma aluna com notas altas, sempre elogiada pelos professores, não passei no vestibular por algum tempo... Foram 2 anos e meio de cursinho. Esse do objetivo e um e meio no Anglo. Esse eu levei a sério... Mais ou menos. Tava com siricotico de namoros também e isso influenciava. Ah, essa época foi quando a internet chegou na vida dos comuns. Tínhamos um computador na sala e eu passava as madrugadas nas salas de bate papo.
Eu queria duas coisas pensando profissionalmente: biologia ou direito. Eu lembro que tinha a ver com a questão ambiental e com as famílias, crianças, mas não lembro direito de outras razões. Acho que era mais um engajamento que uma vocação. Acho não, hoje estou certa disso.
Vejo amigos insatisfeitos com suas carreiras e penso nisso... Como somos levados a escolher o futuro em um período em que estamos às voltas com o engajamento em diferentes grupos e questões. Sem saber realmente se vamos levar estas opiniões para frente, se vamos conhecer novos pontos de vista e somos praticamente criadores da verdade, não apenas donos dela.
E em algum momento por aí eu fui mais uma vez para a sala de terapia. Minha primeira terapia foi após a morte do meu pai. Minha mãe uma vez me disse que ela não sabia como lidar com os sentimentos dela a respeito do assunto, imagina os meus, então achou que aquela pessoa poderia me ajudar. Não sei se ajudou. Me dei alta quando ela compartilhou com meu padrasto um segredo que era só meu, dela e da minha mãe. Eu tinha uns 10 anos na época.
Mas voltando, eu estava adolescente, em terapia com uma professora da PUC, muito bacana mesmo. Minha primeira referência de piruá. Ela se enfeitava toda com brincos colares e pulseiras. Sempre com um belo batom. Lá sim o trabalho foi muito produtivo. Profundo. E em algumas épocas não. Eu também fugia das minhas verdades, me escondia em dramas, repetia padrões.

Um dia ela me deu uma revista de psicologia para eu ler um artigo. Era sobre o assunto que trabalhávamos naquele período. E eu li a revista toda e na sessão seguinte levei umas 10 mais emprestadas. Achei minha vocação e passei no primeiro vestibular que prestei. São Marcos.

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