Bem, como está na descrição eu sou psicóloga de formação.
Mestre em Psicologia Clínica e Cultura, pela UnB. Tenho trabalhado toda minha
carreira com a prevenção e o uso abusivo de drogas e também com educação. Na
verdade eu comecei como professora dando aula paras bonecas em um quadro negro
em forma de Pica-Pau.
Filha de artistas, de uma linhagem de professores, acho que
não poderia ser muito diferente. Gostava de estar nas escolas, salas de aula,
salas dos professores... Só não gostava da FAAP, onde meu avô dava aulas porque
achava muito grande e tinha medo de me perder. Eu devia ter uns 6 anos quando
penso nessa lembrança. A sala dele era bem diferente, tinha uns instrumentos
que não eram comuns. Ele fumava dentro da sala e enquanto falava, segurava seu
cigarro sem tragar, e ele se consumia inteiro sem que caísse qualquer pouquinho
de cinza.
Depois de adolescente eu vi a FAAP de outra forma, sem ele
lá, frequentando o teatro. As obras de Shakespeare nas montagens do... como
chamava aquele grupo mesmo? O Teatro do Ornitorrinco. Era ótimo. Garantia de
risadas do começo ao fim.
Mas as aulas. Bem, eu dei aula pela primeira vez para alunos
vivos na piscina da USP. Meus avós iam lá regularmente, e eu acompanhava quando
não estava em aula. E sempre tinha umas senhorinhas que ficavam na beira da
piscina, não sabiam nadar e ficavam lá tentando se exercitar e me observando
nadar como peixe (na verdade como o Homem do Fundo do Mar). Um dia perguntei a
elas se elas queriam que eu ensinasse. Eu fazia aulas de natação já há algum
tempo, então repassava os exercícios.
Considero essa a primeira experiência verdadeiramente de
aula não só pelas alunas vivas, mas porque tinha objetivo, método e hora
marcada. Era um compromisso de ambas partes.
E é assim que eu me vejo no meu trabalho e na minha vida.
Comprometida.
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