sábado, 11 de outubro de 2014

Caponata de Legumes

A pedidos das minhas queridas Camila e Marina, trago novamente receitinhas de preparo básico.
Dessa vez a Caponata (agradecimentos à Sandra e à minha mãe)

Caponata de legumes

3 Berinjelas
2 abobrinhas
3 cebolas (as roxas ajudam a dar a cor pra caponata, mas podem ser as brancas também, que o sabor não perde nada)
Dentes de alho à gosto
1 tomate grande (ou 2 pequenos)
Temperos à gosto : folha de louro, orégano, pimenta do reino, outros que você goste
Sal
Açúcar
Vinagre
Azeite
Uvas passa
Molho inglês

Pique os legumes em cubos de 2 a 3 cm, a cebola pode ser tipo “pétalas” e o alho em lâminas.
Junte numa forma grande todos os legumes, os temperos secos a cebola e o alho. Misture tudo, regue com um fio de azeite e coloque no forno até tudo ficar macio. (tem que ir experimentando a cada tempo... você vai ver que vai ficar tudo meio escuro... é por aí mesmo)
Quando tudo estiver no ponto, tire do forno e ainda quente misture 1/3 de copo de vinagre com 3 colheres de sopa de açúcar. Acrescente também as uvas passa, o sal e o molho inglês. Não tem muita medida, vá colocando aos poucos e testando o sabor.
Depois que esfriar coloque mais azeite, de preferência extra-virgem. Coloque num pote que você possa mexer de vez em quando, e o azeite fica no fundo, mas você remexendo ele vai se espalhando. Refrigere e se quiser pode até congelar.

Daí, minha amiga, é desfrutar como você preferir.

Obs: eu já experimentei fazer na panela, não no forno, e o resultado é bem semelhante. Só que precisa de um panelão!

Obs2: Dessa vez não tem foto porque não fiz essa receita estes dias, mas como foi pedida.... Taí!!

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Um pouco de história - A formação em Psicologia II

O estudo de psicologia foi desafiante. Eu tinha que trabalhar para pagar a faculdade porque inicialmente a família tinha problemas em eu estudar em faculdade particular. Era pra eu fazer faculdade pública ou PUC. Nada mais era bom o suficiente. Claro que todos mudaram de ideia depois de um tempo e nos ajudamos, mas foi uma conquista.

Para pagar o último semestre que fiz de cursinho eu já tinha conseguido um emprego como secretária. Indicação da minha querida Elisa. Mas ficava absolutamente impossível morar na Água Branca, trabalhar no Itaim e estudar no Ipiranga. Arrumei outro, fui dar aulas numa fábrica de molas para caminhões na divisa com São Bernardo.

O horário era bom, o salário também. A experiência nem se fala. Riquíssima. A começar pelo fato de meu aluno mais novo ter pelo menos 5 anos a mais que eu. E terminando por um deles se matriculando no ensino médio e me agradecendo por não ir lá só pra me exibir, mas para ensinar. Orgulho do meu trabalho.

E assim eu terminava as aulas as 17hs, ia pra faculdade e tinha tempo até as 19hs para estudar e participar de atividades sociais. Fui secretária do DCE, depois da Associação de Antigos Alunos e último-Anistas. Organizava as paradas. Nada de corrupção. Bolsas para estudantes carentes, trotes solidários, visitas à favelas. Tudo isso eu pude fazer e ainda curtir um pagodinho vez em quando.

Queria participar de pesquisas na época, mas a São Marcos engatinhava nessa área. Tinha um único grupo, com lista de espera. Se tornavam Universidade mas bem incipiente naquele momento. Mas tinha uma excelente clínica e foi com isso que me envolvi.

Sempre gostei de atender e nunca fui muito psicanalítica no sentido das regras, da abstenção, da tela em branco. Me permitia interagir com os pacientes e perceber as consequências disso. Tinha uma grande parceira, Mirela. Uma gama de professores e uma supervisora que não esqueço, a Aspázia. Lembro em uma supervisão que fiquei o tempo todo vendo um pássaro lá fora da sala, mas com os ouvidos atentos aos casos discutidos. Uma coleguinha muito despreparada tomava uns chuás toda supervisão. Ela queria “fazer faculdade de oftalmologia, mas não encontrou no guia e foi tentar a psicologia”. E os professores a passaram de semestre, empurraram sempre. Até o último ano quando as supervisoras perceberam a barbaridade. Nenhuma maturidade, tampouco conhecimento. Ela era limitada mesmo, tinha muitas dificuldades, mas com um orgulho inabalável não aceitava ajuda e ficou pelo caminho.

Eu atendia em dupla com a Mirela, dois meninos, casos diferentes, claro. Um com dificuldades de aprendizagem e outro com encoprese e enurese (fazia xixi e cocô nas roupas). Bom, esses eram os encaminhamentos, mas sabe o que? Estes dois lindos me ensinaram muito e nunca apresentaram qualquer dos sintomas relatados durante as sessões.


Claro, tratamos as famílias deles. Eu entendo assim. A criança chega como sintoma da família. As questões de vínculo, papéis, atitudes, transparecem nas crianças porque elas são mais abertas, menos neuróticas que os adultos que já construíram todo um sistema de defesas. E na abordagem da terapia infantil, acabo trabalhando de maneira familiar e sistêmica. E tudo pode acontecer, inclusive nada. Nada?

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Desinchando

Obrigada Tia Marta pelas dicas de chás diuréticos. Obrigada Cássia pela dica do chá de salsa. Obrigada Teresa pelas massagens. Obrigada Araçi por mobilizar a linfa e trabalhar os meridianos. Já consegui eliminar 4 kg de líquidos e as pernas não estão mais tão pesadas. Falta metade do caminho, mas vamos em frente!

Estive mais quietinha estes últimos dias, descansando, me preparando para a semana que começa. Amanhã tem consulta com o Gustavo pela manhã e depois vou tentar ir na Teresa. De madrugada papai chega.

Quarta com papai... 

Muitas coisas a fazer. Passar em casa ver correspondências, Detran? Leroy? TokStok? Oficina. Mercado... Aff, isso só pra começar. E tudo de Jac Berry. Claro, não tudo no mesmo dia. Mas casinha sim. Correspondências importantes devem chegar.

sábado, 4 de outubro de 2014

Um pouco de história - A formação em Psicologia


Eu demorei um tempinho para dar aquela “desbundada” adolescente, ficar irresponsável e inconsequente. E nem nessas ocasiões a vida me deu cobertura. Lembro que logo após o ensino médio fui fazer cursinho no Objetivo da Paulista. Ah, a escadaria da Gazeta... Acho que nunca assisti todas as aulas de uma manhã. O recorde eram 3 (eram dadas 6 aulas). Eu chegava atrasada, saía mais cedo. Bebia cerveja com a galera antes de voltar pra casa. E um desses dias, eu altinha, pego o ônibus com aquele bafinho, e sento sem ver... Quando olhei pro lado, quem estava? Minha mãe. Fala sério, isso é muito azar. Ou seria se minha mãe fosse uma daquelas cabeçudas quadradas que nunca tivesse feito pior.
Nem preciso dizer que eu, que sempre tinha sido uma aluna com notas altas, sempre elogiada pelos professores, não passei no vestibular por algum tempo... Foram 2 anos e meio de cursinho. Esse do objetivo e um e meio no Anglo. Esse eu levei a sério... Mais ou menos. Tava com siricotico de namoros também e isso influenciava. Ah, essa época foi quando a internet chegou na vida dos comuns. Tínhamos um computador na sala e eu passava as madrugadas nas salas de bate papo.
Eu queria duas coisas pensando profissionalmente: biologia ou direito. Eu lembro que tinha a ver com a questão ambiental e com as famílias, crianças, mas não lembro direito de outras razões. Acho que era mais um engajamento que uma vocação. Acho não, hoje estou certa disso.
Vejo amigos insatisfeitos com suas carreiras e penso nisso... Como somos levados a escolher o futuro em um período em que estamos às voltas com o engajamento em diferentes grupos e questões. Sem saber realmente se vamos levar estas opiniões para frente, se vamos conhecer novos pontos de vista e somos praticamente criadores da verdade, não apenas donos dela.
E em algum momento por aí eu fui mais uma vez para a sala de terapia. Minha primeira terapia foi após a morte do meu pai. Minha mãe uma vez me disse que ela não sabia como lidar com os sentimentos dela a respeito do assunto, imagina os meus, então achou que aquela pessoa poderia me ajudar. Não sei se ajudou. Me dei alta quando ela compartilhou com meu padrasto um segredo que era só meu, dela e da minha mãe. Eu tinha uns 10 anos na época.
Mas voltando, eu estava adolescente, em terapia com uma professora da PUC, muito bacana mesmo. Minha primeira referência de piruá. Ela se enfeitava toda com brincos colares e pulseiras. Sempre com um belo batom. Lá sim o trabalho foi muito produtivo. Profundo. E em algumas épocas não. Eu também fugia das minhas verdades, me escondia em dramas, repetia padrões.

Um dia ela me deu uma revista de psicologia para eu ler um artigo. Era sobre o assunto que trabalhávamos naquele período. E eu li a revista toda e na sessão seguinte levei umas 10 mais emprestadas. Achei minha vocação e passei no primeiro vestibular que prestei. São Marcos.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Facilidades

Acho que já falei da situação física em que estou, mas... Então, em julho deste ano eu fui diagnosticada com linfoma novamente e foi indicada uma medicação importada e cara para o tratamento. Enquanto providenciávamos o acesso a esta medicação (que é assunto pra outro dia), fiz um ciclo de quimioterapia como paliativo. Depois disso, tive uma encefalite, ou meningite asséptica (sem nenhum bicho ter causado). A meningite me deixou quase 20 dias no hospital, entre emergência, UTI e quarto. Visão dupla e uma baita fraqueza nas pernas.


Nossa, a introdução está enorme... Tudo pra dizer que eu recebi da Simone a melhor dica de todas para solucionar um problema simples... usar o vaso sanitário. O vaso baixo estava acabando com meus braços e costas (que estão me levantando porque as coxas não estão). Ela indicou um assento sanitário elevado.

Oi só como ficou no "meu" banheiro. 

Sim, ficou um bocado alto, poderia ser um médio, mas não pode trocar, então fico na ponta dos pés, mas me levanto sem dificuldades!

E aí eu descobri que outras pessoas tem a mesma dificuldade, e como uma boba ingênua babei nos sites que vendem produtos para quem tem necessidades especiais.

Aiai, como é bom fazer xixi!

Sopa da Bela: Abóbora e batata doce

Provei uma receita nova esta semana. Uma sopa de abóbora e batata doce. Receita da Bela Gil.
Recomendo mesmo!


Sopa de Abóbora e Batata doce

Receita:
·         1 batatas-doces pequenas
·         1 pedaço de abóbora médio ou cenoura
·         ½ cebola picada
·         1 colher de chá de gengibre picado
·         1 cravos
·         1 pitada de canela
·         sal marinho
·         1 punhado de castanha de caju torrada (para decorar)
·         água 
Procedimento:
1.      Descasque e corte a batata-doce e abóbora em pedaços
2.     Aqueça o azeite em uma panela, adicione a cebola e o gengibre e refogue por alguns minutos até dourar.
3.     Acrescente os legumes, sal, cravo e canela e cubra com água.
4.     Deixe ferver e cozinhe em fogo baixo por 20 minutos com a panela tampada.
5.     Desligue o fogo e bata tudo no liquidificador com a água do cozimento (você pode ou não precisar de toda a água, depende da consistência que você deseja para a sopa).

6.     Decore com as castanhas.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Um pouco de história - formação

Bem, como está na descrição eu sou psicóloga de formação. Mestre em Psicologia Clínica e Cultura, pela UnB. Tenho trabalhado toda minha carreira com a prevenção e o uso abusivo de drogas e também com educação. Na verdade eu comecei como professora dando aula paras bonecas em um quadro negro em forma de Pica-Pau.

Filha de artistas, de uma linhagem de professores, acho que não poderia ser muito diferente. Gostava de estar nas escolas, salas de aula, salas dos professores... Só não gostava da FAAP, onde meu avô dava aulas porque achava muito grande e tinha medo de me perder. Eu devia ter uns 6 anos quando penso nessa lembrança. A sala dele era bem diferente, tinha uns instrumentos que não eram comuns. Ele fumava dentro da sala e enquanto falava, segurava seu cigarro sem tragar, e ele se consumia inteiro sem que caísse qualquer pouquinho de cinza.

Depois de adolescente eu vi a FAAP de outra forma, sem ele lá, frequentando o teatro. As obras de Shakespeare nas montagens do... como chamava aquele grupo mesmo? O Teatro do Ornitorrinco. Era ótimo. Garantia de risadas do começo ao fim.

Mas as aulas. Bem, eu dei aula pela primeira vez para alunos vivos na piscina da USP. Meus avós iam lá regularmente, e eu acompanhava quando não estava em aula. E sempre tinha umas senhorinhas que ficavam na beira da piscina, não sabiam nadar e ficavam lá tentando se exercitar e me observando nadar como peixe (na verdade como o Homem do Fundo do Mar). Um dia perguntei a elas se elas queriam que eu ensinasse. Eu fazia aulas de natação já há algum tempo, então repassava os exercícios.

Considero essa a primeira experiência verdadeiramente de aula não só pelas alunas vivas, mas porque tinha objetivo, método e hora marcada. Era um compromisso de ambas partes.

E é assim que eu me vejo no meu trabalho e na minha vida. Comprometida.


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Tratar o corpo como ele merece

Mudanças na alimentação sempre são desafiadoras. Ainda mais para alguém dependente de comida e açúcar como eu. Sim, comida é minha droga de escolha. Sempre escondi minhas mágoas e alegrias na comidinha.
Não sou fã de sorvete de chocolate, nem de bombom de cupuaçu, mas que eu me lembre são os únicos doces que eu passo se me oferecer.
E aí que um dia desses eu resolvi mudar. A vida resolveu por mim, né? Eu estou só executando. Não que eu não comesse frutas e legumes, mas os excessos e outros alimentos, hábitos que venho carregando anos a fio e sei que fazem mal, estão pesando na saúde e resolvi mudar.
No tempo que fiquei no hospital com meningite, sempre tinha uma sobremesa, e muitas vezes tinha gelatina. Pronto, chegando em casa entrei na fase da gelatina.  Muita gelatina mamãe fez estes dias. Vários sabores, mas sempre com pedacinhos de maçã. Ela foi embora e eu continuo. Agora a gelatina é light, estou testando o Agar Agar mas ainda não cheguei na medida certa.
Pão branco que comia todos os dias, só uma vez na semana. Leite sem lactose e pouco, meio copo de manhã na vitamina com aveia e fruta. Tapioca no lugar do pão. Farinha de banana acompanhando o almoço (não tem gosto de nada, mas ajuda na digestão e saciedade sem se tornar gordura na hora de metabolizar - alimento funcional).
Nos intervalos das refeições, castanhas, frutas, um polenguinho.às vezes, ou cookies integrais pra não deixar o doce de lado. Mas nada de comer o pacote, tem quantidade certa.
Muita mastigação. Muita água e suco de fruta (as polpas estão aí pra isso).
Estou me inspirando na Bela Gil e em outras cozinhas mais naturais e funcionais. Tentando reduzir quantidade e aumentar a qualidade.
Ah, não falei de açúcar, né? Falei de doce só. Pois então, eu não como açúcar branco faz umas duas semanas pelo menos. A não ser que ele esteja em algum produto, mas estou optando por outras formas de adoçar, como o Agave e o mel. Adoçante também não faz bem, então uso mínimo.
Estou esperando um dia tranquilo e de mais energia e menos atividades para testar uma receita de pão sem glútem. E também de cookies. Já comprei os ingredientes, faltou a disposição... Mas virá.

Longe de ser necessidade, mas hoje eu queria minha mãe aqui só pra me mimar

Longe de ser necessidade, mas hoje eu queria minha mãe aqui só pra me mimar.

Como sabem essa noite dormi pouco. Fiquei por aqui e cedo tinha a perícia do INSS. Lá esperei pouco pela moça do cadastro, uma simpática cearense com sotaque de Brasília, e muito para ser atendida por uma moça que acredito ser médica. Nada disse o contrário mas ela nem se apresentou. Pediu meus documentos, exames e laudos, perguntou minha história e só. Nem 10 minutos e meu relato médico resumido no computador. Afastamento até agosto de 2015. Se precisar mais tempo, marcar outra perícia 15 dias antes do fim do afastamento.

Vim pra casa e descansei. Pernas para cima.

O dia todo com o estômago incomodando um pouco. De manhã comi uns morangos meio passados, senti na hora, mas era tarde. DICA: SOMENTE LAVE MORANGOS NA HORA EM QUE FOR COMER. Do contrário eles cozinham. Eu sei disso mas aqui na casa da vó é tudo diferente do que eu faço em minha casa... Ah que saudade de casa... Saudade dos cuidados da Elisângela que deixava minha casa limpinha e do meu jeito! Saudades de mimos de mãe, que não é exatamente do meu jeito mas como é mimo é muito melhor.

Eu sei que sou uma pessoa muito exigente, metódica e neurótica. A maior parte de nós é, acredito. Mas estou mesmo sentindo falta da minha independência. Como sou co-dependente, filha de adicto, nunca pude (até agora) depender das pessoas para fazer as coisas. Sempre fui aprendendo a fazer por mim e sem esperar nada. No meio disso, a compulsão alimentar completava os espaços de infelicidade, vazio e o que mais fosse.

Resultado: hoje estou dependendo de pessoas para muita coisa. Não tenho tido possibilidade de cuidar de mim como eu gostaria, comprar e preparar minhas comidas, lavar minhas roupas, arrumar minha casa. Isso tudo parece tão banal mas é tão importante pra mim.
Se eu quero mudar meus móveis de lugar, eu mudo. Pode demorar um pouco, suar um tanto, mas eu mudo. Hoje não consigo arrastar a mesa de cabeceira para o outro lado do quarto se eu quiser, pois além de estar fraca, preciso poupar meus braços pra manobra de me levantar do vaso sanitário. Aqui o vaso é baixo e o banheiro é pequeno, não tem espaço para barras ou uma cadeira para eu apoiar. 

Então o esforço é nos braços e costas, apoiando como dá no balcão e no topo da caixa de descarga. A cena é um balé! Acontece que está começando a ficar dolorido o cotovelo do braço direito. As costas eu nem falo, porque depois de ter feito punções para retirada de liquor (no hospital, por causa da meningite), nunca mais parou de doer.Sempre algum incômodo na lombar. Alivia com as massagens, mas volta com o esforço.

Ah e o aspécto morar sozinha versus estar numa casa com um monte de gente? Hoje eram 4 além de mim. Empregada, faxineira, vó e tio. Mais nossos 4 cães.

Eu passei boa parte do tempo no quarto com a porta fechada, com os meus cães junto. Isso para não atrapalhar o trabalho das meninas, que toda hora tem que espantar um deles que está passando deixando marcas de patas no chão recém limpo.

Pés para cima. A posição é boa por um tempo, mas cansa também. Estou tão inchada que sentar de pernas cruzadas não é possível. Dói. Vou colocar a foto do meu pé e perna... Dá até pra ver poros na perna, Ainda bem que vou parar com o corticóide e isso vai sair. Até lá muito líquido, drenagem e pernas pra cima.

Ah, mas falta aquele aconchego de mãe.... A comidinha e o cuidado pós medicação. O mimo. Me arrependi de ter pedido para ela não vir.

Pois é, fui eu que pedi. Eu sei que com os mimos eu amoleço nos meus esforços e deixo por conta dela. E não posso hoje fazer isso pra não correr o risco de enfraquecer nem mais um pouco. Ou vou ter que fazer xixi em pé!

30 de setembro para 1 de outubro - Clareando

Então, algumas pessoas ainda têm dúvidas sobre o problema de saúde que estou passando. Chama-se Linfoma de Hodgkin, e é um tipo de câncer que se manifesta no sistema linfático. No meu caso, apareceram ínguas na região do pescoço e axila como primeiros sintomas, junto a uma coceira sem fim e febre no fim do dia todos os dias. Após 6 meses de consultas e exames com diferentes profissionais chegamos ao diagnóstico e pudemos iniciar tratamento. Foi um longo período que passei em voltas com quimioterapias, culminando em um transplante de medula autólogo (de mim mesma).

Este ano, em julho, recebi o diagnóstico do reaparecimento da doença. E desde então estou buscando tratamento para ela.

O medicamento que preciso é o ADCETRIS, que não é produzido no Brasil, mas nos Estados Unidos e Europa. Custo elevadíssimo para trazer por meios particulares, então pedimos ao plano de saúde, que recentemente liberou o primeiro de 16 ciclos que farei.

O que são os ciclos? Bem, cada ciclo é um período de aplicação do remédio. Neste caso ele acontece a cada 21 dias, em uma única aplicação, via cateter, que durou ontem meia hora.

Então, somente vou tomar a segunda dose no segundo ciclo, em 21 dias a partir de hoje.

Até agora não houve nenhuma reação adversa. Somente a excitação de finalmente iniciar o tratamento, que está me mantendo acordada as 3 da manhã.

Bem, eu pulei uma boa parte da história... Aconteceu que durante este tempo entre eu receber o segundo diagnóstico e começar o tratamento efetivamente, fomos ganhar tempo com uma quimioterapia paliativa. Isso baixou minha imunidade, me deixando suscetível a outras doenças... Peguei meningite. Passei quase 20 dias no hospital e saí debilitada fisicamente, além de a meningite ter afetado minha visão. Estou com diplopia, ou seja, vejo tudo em dois. Cada olho vê uma imagem e elas não se juntam. Isso é passageiro, estou fazendo reabilitação e está melhorando, mas nesse período eu fico sem poder dirigir, sem equilíbrio e me canso muito mais, pela duplicidade de informações que o cérebro recebe.

Aliado a isso, estou tomando corticoide, que é uma medicação que faz reter líquidos. Então hoje estou 11 kg acima do peso que eu estava antes dos corticoides. Inchada feito uma bexiga de água.
Mas tudo isso vai passar. Estou diminuindo o corticoide e fazendo todos os tratamentos possíveis para que tudo corra o melhor possível.
Minha alimentação está sendo modificada, experimentando alimentos mais saudáveis e reduzindo nossos deliciosos veneninhos. E não é que está sendo bom?

E junto a isso, tem muita, mas muita gente mesmo orando e enviando energias pra mim.

Perceber a importância desse carinho, desse amor e cuidado que só tem como retorno minha presença no mundo é muito bom, você não faz ideia.

Para todos aqueles que querem saber melhor como eu estou, vão acompanhando por aqui... Eu não consigo dar respostas individuais a todos e fico me sentindo mal por não atender como gostaria... Aqui eu falo um monte de uma vez, nas mensagens só um tiquinho.

E pelo momento é isso.