quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Ghee

Primeira fervura
Esse post é especialmente dedicado às minhas tias Kitty, Marta e Lú, para quem não deixei a receita no sítio porque queria testar mais uma vez.

Essa receita não precisa de medida, mas de um cuidado com a temperatura.
Segunda fervura
A ideia básica é usar a manteiga sem sal, em uma panela grossa, em fogo bem baixo, para que a manteiga derreta, ferva, mas não queime. Quanto melhor a manteiga, melhor o resultado. Eu usei cerca de 200g de manteiga artesanal nessa receita.

O processo é o seguinte: ferver a manteiga o número de vezes que for suficiente para que ela suba espuma que deve ser delicadamente retirada. No caso, foram 3 fervuras.

Terceira fervura
Depois desse processo, com muito cuidado, despeje a gordura (boa) em um pote, não deixando cair nem espuma residual nem a sujeira que fica no fundo da panela. Tanto a espuma como esse resíduo são a lactose, então ao fazer esse processo retiramos toda a lactose da manteiga, deixando a gordura boa e sem perder nada no sabor, que fica bem gostoso.

Depois é só colocar no congelador para pegar a consistência. Pode conservar fora da geladeira, mas se o tempo estiver muito quente ela vai derreter, então pode também deixar na geladeira.

Seguindo as fotos dá pra ver o processo que adotei hoje e que no fim ainda ficou um pouquinho de espuma no produto final. Penso se na próxima vez não coo num pano ou filtro de café...
Depois de esfriar um pouco
Resíduo na panela





Ghee ainda líquido

domingo, 2 de novembro de 2014

Faça você mesmo (no caso, faço eu mesma)

Como vocês devem saber eu acredito muito que todo mundo tem algum talento e com algum treino é capaz de fazer qualquer coisa. Claro, o talento vai dizer o que cada um faz melhor ou com mais eficiência, mas que sempre dá pra aprender isso é fato.

Esses últimos tempos, estou hospedada na casa da minha avó e portanto longe da minha casa e dos meus recursos. Uma das coisas que tenho sentido falta é do pet móvel que vai lá em casa e dá banho e tosa meus cães. Puxa como é difícil encontrar um profissional que cumpra todos os requisitos de qualidade que eu gosto nesse aspecto.

Primeiríssimo lugar: não deixar meus cães com medo ou intimidados,

Segundo: tosar como eu pedi,

Terceiro: cumprir horários,

Quarto: o serviço deve ficar aparente e durar alguns dias.

Antes dos cortes
Com estes requisitos eu vou à caça aqui perto e testo alguns pets. E para minha infelicidade, o único que me agrada é bem carinho e tem poucos horários. E olha que não é satisfação total não, ainda acho o pet móvel  da Lu mais interessante.

Mas como não tenho alternativas mais e também não estou conseguindo dar eu mesma banho nos cães, estou optando por um ou outro pet para banhos a cada 15 dias e o mais caro para banho e tosa a cada 45 dias (tudo isso aproximadamente).

Com a barba e as laterais aparadas
Gosto do Pongo com pelo bem curtinho, pois ele se suja muito e acaba sujando o ambiente também. E convenhamos, ele é lindo até enlameado. Peladinho parece um dálmata com as manchas mais definidas. Peludo fica todo cinza cacheado. Um charme sempre.

A Rubi não fica bem peladinha. Ela parece precisar de um pouco mais de pelos para ter seu charme (mas sem tapetinhos). Ah, as chuquinhas que os pets fazem... ela odeia. Fica fofa, mas ela não gosta. E eu passei a não gostar também porque o pelo dela é fininho e faz um bololô com os elásticos e sempre acabo cortando os elásticos e um pouco do cabelo dela para não passar horas desembaraçando os fios.

Resultado final
Enfim, estes dias eu resolvi que ia aparar os pelos da cabeça da Rubi. Tirei um bom tanto das laterais e ela deixou o aspecto leão de lado. Mas eu ainda não me dei por satisfeita: faltou tirar um pouco da barba. Dias depois consegui tempo e coragem e acertei a barba. Hmm... Faltava alguma coisa... a franja ainda estava dando um aspecto que não me agradava... dá-lhe tesoura. 

"Repica Renê, repica!"

E ela deixou e eu com calma e sem exageros cheguei ao resultado que queria.

 Mais uma habilidade adquirida: dog stylist

sábado, 11 de outubro de 2014

Caponata de Legumes

A pedidos das minhas queridas Camila e Marina, trago novamente receitinhas de preparo básico.
Dessa vez a Caponata (agradecimentos à Sandra e à minha mãe)

Caponata de legumes

3 Berinjelas
2 abobrinhas
3 cebolas (as roxas ajudam a dar a cor pra caponata, mas podem ser as brancas também, que o sabor não perde nada)
Dentes de alho à gosto
1 tomate grande (ou 2 pequenos)
Temperos à gosto : folha de louro, orégano, pimenta do reino, outros que você goste
Sal
Açúcar
Vinagre
Azeite
Uvas passa
Molho inglês

Pique os legumes em cubos de 2 a 3 cm, a cebola pode ser tipo “pétalas” e o alho em lâminas.
Junte numa forma grande todos os legumes, os temperos secos a cebola e o alho. Misture tudo, regue com um fio de azeite e coloque no forno até tudo ficar macio. (tem que ir experimentando a cada tempo... você vai ver que vai ficar tudo meio escuro... é por aí mesmo)
Quando tudo estiver no ponto, tire do forno e ainda quente misture 1/3 de copo de vinagre com 3 colheres de sopa de açúcar. Acrescente também as uvas passa, o sal e o molho inglês. Não tem muita medida, vá colocando aos poucos e testando o sabor.
Depois que esfriar coloque mais azeite, de preferência extra-virgem. Coloque num pote que você possa mexer de vez em quando, e o azeite fica no fundo, mas você remexendo ele vai se espalhando. Refrigere e se quiser pode até congelar.

Daí, minha amiga, é desfrutar como você preferir.

Obs: eu já experimentei fazer na panela, não no forno, e o resultado é bem semelhante. Só que precisa de um panelão!

Obs2: Dessa vez não tem foto porque não fiz essa receita estes dias, mas como foi pedida.... Taí!!

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Um pouco de história - A formação em Psicologia II

O estudo de psicologia foi desafiante. Eu tinha que trabalhar para pagar a faculdade porque inicialmente a família tinha problemas em eu estudar em faculdade particular. Era pra eu fazer faculdade pública ou PUC. Nada mais era bom o suficiente. Claro que todos mudaram de ideia depois de um tempo e nos ajudamos, mas foi uma conquista.

Para pagar o último semestre que fiz de cursinho eu já tinha conseguido um emprego como secretária. Indicação da minha querida Elisa. Mas ficava absolutamente impossível morar na Água Branca, trabalhar no Itaim e estudar no Ipiranga. Arrumei outro, fui dar aulas numa fábrica de molas para caminhões na divisa com São Bernardo.

O horário era bom, o salário também. A experiência nem se fala. Riquíssima. A começar pelo fato de meu aluno mais novo ter pelo menos 5 anos a mais que eu. E terminando por um deles se matriculando no ensino médio e me agradecendo por não ir lá só pra me exibir, mas para ensinar. Orgulho do meu trabalho.

E assim eu terminava as aulas as 17hs, ia pra faculdade e tinha tempo até as 19hs para estudar e participar de atividades sociais. Fui secretária do DCE, depois da Associação de Antigos Alunos e último-Anistas. Organizava as paradas. Nada de corrupção. Bolsas para estudantes carentes, trotes solidários, visitas à favelas. Tudo isso eu pude fazer e ainda curtir um pagodinho vez em quando.

Queria participar de pesquisas na época, mas a São Marcos engatinhava nessa área. Tinha um único grupo, com lista de espera. Se tornavam Universidade mas bem incipiente naquele momento. Mas tinha uma excelente clínica e foi com isso que me envolvi.

Sempre gostei de atender e nunca fui muito psicanalítica no sentido das regras, da abstenção, da tela em branco. Me permitia interagir com os pacientes e perceber as consequências disso. Tinha uma grande parceira, Mirela. Uma gama de professores e uma supervisora que não esqueço, a Aspázia. Lembro em uma supervisão que fiquei o tempo todo vendo um pássaro lá fora da sala, mas com os ouvidos atentos aos casos discutidos. Uma coleguinha muito despreparada tomava uns chuás toda supervisão. Ela queria “fazer faculdade de oftalmologia, mas não encontrou no guia e foi tentar a psicologia”. E os professores a passaram de semestre, empurraram sempre. Até o último ano quando as supervisoras perceberam a barbaridade. Nenhuma maturidade, tampouco conhecimento. Ela era limitada mesmo, tinha muitas dificuldades, mas com um orgulho inabalável não aceitava ajuda e ficou pelo caminho.

Eu atendia em dupla com a Mirela, dois meninos, casos diferentes, claro. Um com dificuldades de aprendizagem e outro com encoprese e enurese (fazia xixi e cocô nas roupas). Bom, esses eram os encaminhamentos, mas sabe o que? Estes dois lindos me ensinaram muito e nunca apresentaram qualquer dos sintomas relatados durante as sessões.


Claro, tratamos as famílias deles. Eu entendo assim. A criança chega como sintoma da família. As questões de vínculo, papéis, atitudes, transparecem nas crianças porque elas são mais abertas, menos neuróticas que os adultos que já construíram todo um sistema de defesas. E na abordagem da terapia infantil, acabo trabalhando de maneira familiar e sistêmica. E tudo pode acontecer, inclusive nada. Nada?

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Desinchando

Obrigada Tia Marta pelas dicas de chás diuréticos. Obrigada Cássia pela dica do chá de salsa. Obrigada Teresa pelas massagens. Obrigada Araçi por mobilizar a linfa e trabalhar os meridianos. Já consegui eliminar 4 kg de líquidos e as pernas não estão mais tão pesadas. Falta metade do caminho, mas vamos em frente!

Estive mais quietinha estes últimos dias, descansando, me preparando para a semana que começa. Amanhã tem consulta com o Gustavo pela manhã e depois vou tentar ir na Teresa. De madrugada papai chega.

Quarta com papai... 

Muitas coisas a fazer. Passar em casa ver correspondências, Detran? Leroy? TokStok? Oficina. Mercado... Aff, isso só pra começar. E tudo de Jac Berry. Claro, não tudo no mesmo dia. Mas casinha sim. Correspondências importantes devem chegar.

sábado, 4 de outubro de 2014

Um pouco de história - A formação em Psicologia


Eu demorei um tempinho para dar aquela “desbundada” adolescente, ficar irresponsável e inconsequente. E nem nessas ocasiões a vida me deu cobertura. Lembro que logo após o ensino médio fui fazer cursinho no Objetivo da Paulista. Ah, a escadaria da Gazeta... Acho que nunca assisti todas as aulas de uma manhã. O recorde eram 3 (eram dadas 6 aulas). Eu chegava atrasada, saía mais cedo. Bebia cerveja com a galera antes de voltar pra casa. E um desses dias, eu altinha, pego o ônibus com aquele bafinho, e sento sem ver... Quando olhei pro lado, quem estava? Minha mãe. Fala sério, isso é muito azar. Ou seria se minha mãe fosse uma daquelas cabeçudas quadradas que nunca tivesse feito pior.
Nem preciso dizer que eu, que sempre tinha sido uma aluna com notas altas, sempre elogiada pelos professores, não passei no vestibular por algum tempo... Foram 2 anos e meio de cursinho. Esse do objetivo e um e meio no Anglo. Esse eu levei a sério... Mais ou menos. Tava com siricotico de namoros também e isso influenciava. Ah, essa época foi quando a internet chegou na vida dos comuns. Tínhamos um computador na sala e eu passava as madrugadas nas salas de bate papo.
Eu queria duas coisas pensando profissionalmente: biologia ou direito. Eu lembro que tinha a ver com a questão ambiental e com as famílias, crianças, mas não lembro direito de outras razões. Acho que era mais um engajamento que uma vocação. Acho não, hoje estou certa disso.
Vejo amigos insatisfeitos com suas carreiras e penso nisso... Como somos levados a escolher o futuro em um período em que estamos às voltas com o engajamento em diferentes grupos e questões. Sem saber realmente se vamos levar estas opiniões para frente, se vamos conhecer novos pontos de vista e somos praticamente criadores da verdade, não apenas donos dela.
E em algum momento por aí eu fui mais uma vez para a sala de terapia. Minha primeira terapia foi após a morte do meu pai. Minha mãe uma vez me disse que ela não sabia como lidar com os sentimentos dela a respeito do assunto, imagina os meus, então achou que aquela pessoa poderia me ajudar. Não sei se ajudou. Me dei alta quando ela compartilhou com meu padrasto um segredo que era só meu, dela e da minha mãe. Eu tinha uns 10 anos na época.
Mas voltando, eu estava adolescente, em terapia com uma professora da PUC, muito bacana mesmo. Minha primeira referência de piruá. Ela se enfeitava toda com brincos colares e pulseiras. Sempre com um belo batom. Lá sim o trabalho foi muito produtivo. Profundo. E em algumas épocas não. Eu também fugia das minhas verdades, me escondia em dramas, repetia padrões.

Um dia ela me deu uma revista de psicologia para eu ler um artigo. Era sobre o assunto que trabalhávamos naquele período. E eu li a revista toda e na sessão seguinte levei umas 10 mais emprestadas. Achei minha vocação e passei no primeiro vestibular que prestei. São Marcos.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Facilidades

Acho que já falei da situação física em que estou, mas... Então, em julho deste ano eu fui diagnosticada com linfoma novamente e foi indicada uma medicação importada e cara para o tratamento. Enquanto providenciávamos o acesso a esta medicação (que é assunto pra outro dia), fiz um ciclo de quimioterapia como paliativo. Depois disso, tive uma encefalite, ou meningite asséptica (sem nenhum bicho ter causado). A meningite me deixou quase 20 dias no hospital, entre emergência, UTI e quarto. Visão dupla e uma baita fraqueza nas pernas.


Nossa, a introdução está enorme... Tudo pra dizer que eu recebi da Simone a melhor dica de todas para solucionar um problema simples... usar o vaso sanitário. O vaso baixo estava acabando com meus braços e costas (que estão me levantando porque as coxas não estão). Ela indicou um assento sanitário elevado.

Oi só como ficou no "meu" banheiro. 

Sim, ficou um bocado alto, poderia ser um médio, mas não pode trocar, então fico na ponta dos pés, mas me levanto sem dificuldades!

E aí eu descobri que outras pessoas tem a mesma dificuldade, e como uma boba ingênua babei nos sites que vendem produtos para quem tem necessidades especiais.

Aiai, como é bom fazer xixi!